Leia o texto com
atenção e realize as atividades abaixo:
Desvela-se
o cotidiano do trabalho numa fazenda do sudeste, em meados dos Oitocentos. De
qual trabalhador falamos? Podia ser um José. Um africano com nome cristão.
(...) Não um qualquer e sim oriundo de um povo do mesmo nome localizado no
nordeste do vale Zambezi, na província de Tete. Lá para as bandas da África
Oriental. Mas no Brasil todos o chamavam de José Moçambique. Tinha 17 anos
quando embarcou aprisionado no porto de Quilimane, chegando ao Brasil no navio
Brigue-Ganges em 1834, já durante o período de ilegalidade do comércio
atlântico de escravos. Melhor sorte tiveram outros malungos (como se
denominavam os companheiros de viagem dos tumbeiros) que vieram embarcados
nesse mesmo navio, numa viagem em 1839. Abordados em alto mar pela marinha
inglesa, mobilizada na repressão ao tráfico ilegal, foram considerados
africanos livres. No Rio de Janeiro, José não ficou muito tempo. Outra viagem
se fazia urgente. Rumo às fazendas de café. Chegaria a Vassouras, coração do
mundo cafeeiro, dos barões do vale do Paraíba. Inserção e aprendizado ali foram
imediatamente realizados com a ajuda de outros africanos que encontrou. E, não
passadas duas dúzias de anos, foi a vez de José iniciar na rotina daquela
fazenda outros trabalhadores “estrangeiros” recém-chegados. Estes não eram
africanos, nem tão iguais. Eram crioulos escravos provenientes do Maranhão,
Ceará, Piauí e Sergipe, vendidos no lucrativo comércio interprovincial no
pós-1850. José lembra que muitos, apesar de oriundos de povos e regiões
diferentes eram chamados – a maioria – pelo sobrenome Cabinda, Angola, Congo e
Benguela. Tinham uns chamados por fulano Cassange, beltrano Monjolo, sicrano
Ganguela, Rebolo, e igualmente vários Moçambique. E posteriormente muitos
crioulos. E de muitos lugares.
1.
Explique
o contexto histórico descrito e os acontecimentos da época que interferiram na
vida dos sujeitos históricos mencionados:
2.
Explique
um dos principais objetivos da Lei de Terras de 1850:
3.
Por
que motivos é impossível falar em cidadania em um país onde predomina o trabalho
escravo?
4.
Qual
foi um dos motivos que fez com que o governo brasileiro aceitasse a vinda de
imigrantes europeus a partir da segunda metade do século XIX?
5.
Como
ficou a situação dos libertos depois da Abolição em 1888?
6.
Quais
foram as principais consequências da Guerra do Paraguai?
7. As palavras a seguir foram ditas
por um diplomata inglês, no século passado:
“Nossas
colônias não têm mais escravos. Por que outras áreas tropicais haverão de ter?
Estamos montando negócios na África. Por que continuar com o tráfico negreiro,
que tira nossa mão de obra de lá? Além disso, nem a servidão nem a escravidão
cabem mais no mundo de hoje. Viva o trabalho assalariado! E que os salários
sejam gastos na compra das nossas mercadorias.”
*** De
acordo com esse diplomata, que interesses teria a Inglaterra em acabar com o
tráfico de escravos e com a escravidão?
Profª Letícia Schio- História
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